Networking, troca de experiências e altas expectativas para o próximo evento marcaram a reunião
No dia 23, a Associação dos Engenheiros Politécnicos (AEP) reuniu egressos e não egressos da Escola Politécnica da USP para uma roda de integração entre as mais diversas áreas da engenharia. “A ideia era aproximar pessoas que têm afinidades, criar um ambiente de contatos, para a gente se ajudar”, explicou Dario Gramorelli, atual presidente da AEP, sobre o Poli HUB.
O encontro contou com o apoio da CervBrasil, cujo CEO é Paulo Petroni, um dos organizadores do evento e também membro da AEP, e do Instituto ConPizza. A ChoppUP, a convite da CervBrasil, ficou responsável pela bebida. “A formação politécnica ajuda demais, principalmente no ambiente de Startup, que a gente tem que vestir vários chapéus ao mesmo tempo“, contou Bruno Scigliano, um dos cofundadores da empresa, que hoje se chama Fluit Tecnologia, e engenheiro de Produção formado pela Poli. Bruno Perina também concorda com Scigliano e usa os conhecimentos da Engenharia Mecânica na sua hamburgueria, a Sliders, junto ao sócio Pedro Facchini, também politécnico: “A gente aplicou a nossa engenharia dentro da hamburgueria“. Inclusive, a Sliders utiliza a tecnologia da ChoppUP nas suas unidades.
A experiência de Scigliano, Perina e Facchini pode ser resumida em “uma vez politécnico, sempre politécnico”, frase dita por Gramorelli. As vivências únicas da Escola Politécnica criam uma união entre todos aqueles que passaram por ela, como o presidente da AEP acrescentou: “Quando a gente vai conversar com um colega, principalmente profissionalmente, e ele se identifica como politécnico, na minha experiência pessoal, a conversa começa dois degraus acima, por conta da afinidade”.
O ambiente integrou desde politécnicos dos anos 70 até os que ainda estão cursando. Independente da época de passagem pela Poli, a ocasião propiciou o networking, que teve sua importância ressaltada por Rubens Approbato Júnior, engenheiro de Produção formado em 1980: “Achei bem legal a iniciativa de criar um ambiente de negócios entre ex-alunos porque, geralmente, esses ambientes são mais de encontros, confraternização, mas HUBs de negócios são poucos. Eu não só participaria de novo, como incentivaria mais pessoas a aparecerem. É muito importante que os alunos comecem a montar o seu networking, vai ser muito importante quando eles saírem da Escola. É uma oportunidade para eles virem e conhecerem politécnicos, que já estão fora, e estejam dispostos a ajudar”.
Isso foi comprovado com a presença do grupo de extensão de Engenharia Química, o Poli Cerevisiae. Leonardo Nishimoto, líder de processos, e Pedro Oliveira, diretor administrativo, ambos ainda alunos, contaram sobre a relevância do Poli HUB para o grupo: “A gente veio aqui principalmente pelo networking, conhecer o pessoal e tentar algum apoio para o nosso grupo. Estamos apresentando, vendo se alguém acha interessante e possa apoiar“.
Como já dizia Gramorelli, “uma das atribuições que a gente tem na AEP é a de juntar pessoas, porque tem potencial de fazer mais negócios, melhores negócios”. Isso não passou batido pelos presentes, como André Henrique Ferreira, formado em Engenharia Elétrica em 2011: “Essa conexão, saber que toda essa galera está aqui porque se formou no mesmo lugar e a gente tem muita coisa em comum, gera networking, gera amizade”. “Assim que eu me formei, eu busquei participar de eventos da AEP, muito no sentido de retribuir o que a Poli me deu na minha formação”, completou Ferreira. Além da AEP, ele ainda atua como mentor no projeto Poli Retribua.
A participação de engenheiros formados é fundamental para atrair os ainda em formação e que desejam atuar na área futuramente, como Gabriel Leandro Santiago Santana, aluno da Engenharia de Petróleo e diretor de eventos do Centro Acadêmico das Engenharias Metalúrgica, Nuclear, de Materiais, de Minas e de Petróleo da Poli. “No decorrer do ano passado, eu conversei com uns amigos que me apresentaram a AEP e sempre falavam que tinha contatos importantes. É muito importante a gente saber quem se formou no nosso curso, os nossos antecessores”, disse Santana.
A troca de experiências e conhecimentos promovida pelo Poli HUB é importante, assim como a parte social. Beatriz Mazzini, formada em Engenharia Química em 2019, foi a única politécnica a participar do evento e vê que as mulheres ainda são minoria na Poli, o que reforça a necessidade de atrair elas para esse tipo de encontro: “Senti um pouco de falta, mas acho importante, como mulher e engenheira, ocupar um espaço que também é meu. Dividi-lo aqui com os colegas, que são formados há muito mais tempo, é um privilégio e também uma oportunidade de passar a ocupar melhor esses lugares. A gente sempre tem a pessoa que leva a bandeira na frente para as outras pessoas começarem a vir. E eu, como catalisadora, agora quero chamar mais mulheres para os próximos”.
A ideia central do Poli HUB era fazer exatamente isso: conectar atuais e antigos politécnicos numa rede de negócios e amizade, para fomentar novas oportunidades.
“Mais do que trocar ideias e comentar interesses cruzados, eu acho que essa reunião mostra que a gente tem que trazer os colegas e criar outras possibilidades. Da forma que nós estamos vendo [aqui] é uma pontinha de unha do que podemos fazer”, resumiu Gramorelli.
*Imagem de capa: Arquivo Pessoal/ Melannie Silva