Logo da AEPAssociação dos Engenheiros Politécnicos propõe iniciativas e projetos de longo prazo que contribuem para a vida acadêmica de vários alunos na Escola Politécnica da USP

 

Em março de 2020, quando foi declarada a pandemia de covid-19, a Escola Politécnica, como todas as unidades da USP, adaptou rapidamente suas atividades para que elas pudessem continuar a ser realizadas remotamente. As aulas e atividades universitárias passaram a acontecer por meio virtual. Essa mudança trouxe, entre inúmeros desafios, a necessidade de garantir a toda comunidade o acesso ao então digital mundo universitário.

Uma conversa entre os representantes dos alunos, o Grêmio Politécnico, e dos ex-alunos, a Associação dos Engenheiros Politécnicos (AEP), surgiu a proposta de fazer uma campanha para arrecadar doações de computadores para, inicialmente, emprestar para os alunos que necessitassem. “Nas redes e contatos de egressos, a ideia foi muito bem recebida. No início da pandemia as pessoas estavam muito receptivas, como ainda estão, a ajudar o próximo e fazer o bem. Tivemos uma adesão muito boa!”, destaca o egresso da Poli e atual Diretor-Geral da Associação, Dario Gramorelli, formado em 1979 em Engenharia Mecânica.

Posteriormente adotou-se a doação definitiva como procedimento. Dario conta que além de doação de equipamentos usados, alguns colegas politécnicos chegaram a comprar equipamentos novos para a campanha de doação. Ao final dessa articulação, foram doados 77 computadores, tanto para alunos da Poli como para outras unidades da USP. Os modems para acesso à internet foram oferecidos pela Diretoria, sem custo, aos alunos que receberam os computadores. “As doações aos alunos foram feitas em ação conjunta com o Grêmio e com a Diretoria da Poli. Apesar da nossa independência orgânica e legal, sempre agimos em consonância com a Escola”.

A ação emergencial implantada em 2020 se tornou perene, uma vez que uma parte do corpo discente se renova todos os anos. “O resultado da ação emergencial foi tão bom que se transformou num programa permanente da AEP. Em 2021, nós repetimos a ação, também com muito bons resultados, e já iniciamos nossa mobilização para o ano de 2022”.

Esta ação é um exemplo das atividades desenvolvidas pela entidade que congrega os egressos da Poli. Fundada em 1935, a AEP tem como objetivo primário reunir e envolver alunos, ex-alunos e membros da Comunidade Politécnica em geral, com ações alinhadas conforme surgem os novos desafios.

Conheça outros exemplos da ação da AEP em prol da Comunidade Politécnica e para a sociedade brasileira:

Poli Retribua
Poli RetribuaUma das atividades mais antigas desenvolvidas pela AEP é o auxílio oferecido a alunos em situação de vulnerabilidade econômica. A partir de 1986, a gestão, bastante envolvida com o cotidiano da Escola, iniciou movimentações para tentar atenuar essa dificuldade, recebendo doações e direcionando recursos para estes alunos. A contribuição era espontânea e flexível, de empresas e de politécnicos, e os sistemas de repasse não possuíam muita sistematização. “Anteriormente, quem precisava batia na nossa porta, nos contava um pouco da própria história e já entrava na fila junto aos outros beneficiários, passando a ser contemplado com os valores viáveis e disponíveis na época. Era um processo solidário e meio caseiro”, detalha Gramorelli.

Nos últimos anos, o formato se alterou. Com mais solicitações de auxílio, as gestões da AEP sentiram a necessidade de estabelecer processos mais equilibrados, com novas ferramentas e recursos para seleção dos contemplados. O processo atualmente em curso está abaixo descrito.

A AEP indica aos alunos da Poli interessados no auxílio financeiro que inicialmente se inscrevam no processo seletivo da Superintendência de Assistência Social (SAS) da USP, que avalia e concede vagas em programas para alunos em vulnerabilidade socioeconômica, submetendo-se a uma seleção com base nos critérios que atendem toda a Universidade. A partir desta seleção, a SAS fornece à AEP uma listagem classificatória dos alunos candidatos a receberem auxílio. De posse dessa listagem a AEP acrescenta critérios de mérito (nota de vestibular para primeiro anistas e média do ano anterior para os segundo anistas, informações fornecidas pela Escola em caráter sigiloso) e gera a sua própria lista classificatória. Até alguns anos atrás, o programa de auxílio se estendia a todo o corpo discente, com maior concentração nos alunos dos primeiros anos. Porém, por orientação da Escola, para evitar a evasão nos dois primeiros anos do curso, a AEP passou a priorizar este estrato do alunado. Conforme informa Dario Gramorelli, o processo de seleção tem critérios definidos e é impessoal.

Os cálculos de distribuição são baseados nas projeções que consideram as contribuições regulares, doações pontuais, o período que a bolsa será ofertada e a quantidade de alunos. Infelizmente as solicitações têm sido maiores do que a disponibilidade de recursos. Em 2021, com um grupo de aproximadamente 80 alunos, o Diretor-Geral da AEP diz sentir as dificuldades aumentando por diversos lados, já que nos anos anteriores, o número de beneficiários era maior. “Apesar de termos ampliado significativamente a nossa base de contribuintes, boa parte das contribuições vêm de empresas, que durante os dois anos da pandemia de covid-19 passaram – e continuam passando – por muitas dificuldades. Continuar recebendo de contribuidores e muitos deles, politécnicos, mesmo nesse momento difícil, foi uma demonstração de generosidade genuína”. Saiba aqui como contribuir com a iniciativa.

Paralelamente ao processo de assistência monetária, o Poli Retribua também está voltado à mentoria. Todos os alunos que são contemplados com bolsa são elencados para serem mentorados, desde que manifestem explicitamente que não desejem participar.

Estruturadas, com apoio psicológico e operacional, as ações da mentoria são mantidas exclusivamente por voluntários, em grande parte egressos e inclusive alguns professores. O objetivo é assistir os alunos participantes, prestando orientação profissional, comportamental, acadêmica e de socialização.

Segundo o Diretor-Geral, a socialização se mostra muito importante neste momento, pois quebra as imagens de segregação indesejáveis dentro do ambiente da Poli. “Sabemos dos padrões elitizados do vestibular, que se acentuam pelo número de aprovados que vieram do ensino público e privado. A ideia é quebrar o paradigma de que um aluno é menos completo que outro”.

Por meio de encaminhamento e apoio psicológico profissional, o Poli Retribua une o lado socioeconômico e a vida escolar dos alunos. “Isso é o Poli Retribua: é a vivência de quem passou pela Escola, hoje é bem-sucedido e está tentando encaminhar ao outro parte do que lhe foi proporcionado profissionalmente, academicamente e pessoalmente”, afirma Gramorelli.

Mesmo que os alunos deixem de receber auxílio, por passarem a cursar o terceiro ano, por exemplo, ainda podem manter – e em geral mantêm – a sua mentoria. “O Poli Retribua é um grande sucesso e orgulha toda a Comunidade Politécnica pelos seus expressivos resultados alcançados”. Para conhecer os detalhes do projeto, visite o site retribua.org.

Clube Minerva

Clube Minerva

Promovido pela AEP, o Clube Minerva busca incentivar e impulsionar a diversidade e a igualdade de gêneros no mercado profissional de Engenharia, com foco na formação de mulheres em carreiras STEM (Science, Technology, Engineering and Mathematics – Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, em português).

Suas ações buscam impactar toda a comunidade da Escola Politécnica, desde alunos que almejam a Poli, estudantes atuais, ex-alunos e corpo docente; enquanto promovem eventos (online e offline) para discutir temas relacionados aos desafios que as mulheres enfrentam na carreira profissional e formas de superá-los, além de criar redes de networking entre alunas e profissionais já inseridas no mercado.

Projeto INSPIRE
Projeto InspireProjetado e desenvolvido por pesquisadores da Escola Politécnica, o INSPIRE é o equipamento de suporte respiratório, criado de maneira emergencial durante a pandemia da covid-19 como uma alternativa para suprir a demanda hospitalar. De baixo custo, com produção agilizada e fruto de tecnologia brasileira, o projeto foi – e ainda é – um motivo de orgulho da Poli.

Iniciativa de diversos docentes e ex-professores da unidade, inclusive de Gramorelli, uma rede de solidariedade muito grande foi acionada. Conta que as primeiras aquisições para compra de material foram feitas com contribuições pessoais dos professores, o que não poderia se manter como forma de financiamento do projeto. Foi aí que a AEP entrou no primeiro grande empurrão monetário. Por meio de uma vaquinha virtual, as pessoas podiam fazer doações com a quantidade que desejassem e nas primeiras 48 horas, R$250.000, 00 foram captados. “O projeto acabou custando mais de dez milhões de reais, mas esse dinheiro inicial foi muito importante para fazer as compras dos materiais e dar início ao projeto. E não foi só o dinheiro, foi nos dada esperança num momento de crise que afetou todos nós de alguma forma”.

Segundo o Diretor-Geral da Associação, a sensibilidade que os doadores tiveram ao enxergar o projeto como viável e virtuoso fez toda a diferença e diz prever os desdobramentos dessa história que tantos ajudaram a escrever. “Além do ato em prol da comunidade, creio que as pessoas nos ajudaram porque viram credibilidade no trabalho da Poli, de que éramos capazes de fazer. E tivemos importante e fundamental colaboração da comunidade da USP em suas diversas áreas, desde a testagem dos colaboradores que trabalharam no projeto no momento mais agudo da pandemia, até a propagação jornalística do projeto, que mostrou os impactos da nossa atuação. O aspecto comum entre todos estes agentes foi o exercício da generosidade e solidariedade”, finaliza Gramorelli.

A sede da Associação fica junto ao prédio da Administração da Poli, e o contato pode ser feito pelo e-mail aep@politecnicos.org.br. Confira outras informações no site da instituição.

Texto originalmente publicado no site da Poli.

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