O IPT somos nós: esta será a bandeira a nortear as ações de Zehbour Panossian, física e professora convidada do Departamento de Engenharia Metalúrgica e Materiais da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, que assumiu no dia 21 de junho a presidência do Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Zehbour (pronuncia-se ‘Zepir’) sucede o engenheiro metalurgista e também professor da Poli-USP, Fernando Landgraf, que estava à frente da instituição desde agosto de 2012. É a 18ª diretora-presidente em 118 anos de história do IPT. É, também, a primeira mulher a assumir o cargo.
Em seu discurso de posse, Zehbour ressaltou aos empregados e colaboradores presentes que a frase ‘O IPT somos nós’ não é simplesmente um slogan: “Trata-se antes de tudo de um compromisso em torno de união, trabalho, identidade e metas compartilhadas visando ao bem comum. Juntos, os jovens e os veteranos da casa, os pesquisadores e os técnicos que criam e aplicam soluções tecnológicas para aumentar a competitividade das empresas e também dirigem seus esforços para as políticas públicas promovendo a qualidade de vida dos nossos municípios, assim como os administrativos cujo apoio faz tudo acontecer, vamos trabalhar para alcançar nossas metas. Vou dar o melhor para que o Instituto avance e tenha cada vez mais impacto na sociedade, e para isso o compromisso de cada um é tão importante”, afirmou ela.
A carreira profissional da nova diretora-presidente foi construída na área de química, com ênfase em eletroquímica e atuação voltada aos temas de corrosão e proteção, eletrodeposição e tratamento de superfície, incluindo tintas anticorrosivas. Com bacharelado e licenciatura em Física e doutorado em Físico-química, todos pela USP, Zehbour entrou no IPT em 1976 e em 2000 tornou-se chefe do recém-criado Agrupamento de Corrosão e Proteção. Reuniu os laboratórios de corrosão e proteção superficial. Mais tarde a denominação foi alterada para Laboratório de Corrosão e Proteção, permanecendo até hoje.
Zehbour estava atuando no IPT desde 2012 como diretora de Inovação e Negócios, em um mandato que foi pautado pela atuação nas áreas de P&D, políticas públicas e educação. Atuou na área de novos negócios com empresas privadas e foi responsável pela coordenadoria geral das duas unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) no Instituto: ‘Desenvolvimento de Tecnologias de Materiais’, a partir do momento em que assumiu a diretoria, e ‘Desenvolvimento e Escalonamento de Processos Biotecnológicos’, desde 2015.
Coordenou a criação do Programa Novos Talentos do IPT em 2013, que tem por objetivo apoiar as atividades de pesquisa e desenvolvimento de estudantes aos níveis de mestrado e doutorado, inclusive participantes do pós-doutorado. Com cinco anos de existência, o projeto proporciona os recursos e os meios para que os candidatos selecionados desenvolvam seus trabalhos com qualidade e rigor metodológico, dentro de parâmetros estratégicos para as áreas de atuação do Instituto.
Um dos projetos mais recentes do IPT em políticas públicas, que Zehbour ajudou a colocar em prática em fevereiro de 2018, foi a Plataforma Pró Municípios criada a partir de uma ideia do então titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação e atual governador, Márcio França. O objetivo é conectar os gestores públicos com o conhecimento técnico do IPT apoiando o planejamento, gestão e execução de políticas públicas, nas decisões ligadas às compras e a licitações e capacitando as equipes das prefeituras em diversos temas.
Jânio Francisco Benith, titular da pasta da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, ressaltou em seu discurso a trajetória da nova diretora-presidente: “Com o encerramento do ciclo da gestão de Fernando Landgraf, a posse de Zehbour Panossian vem em um momento em que as mulheres lutam cada vez mais por espaço e igualdade: ela é a primeira mulher a assumir a presidência do Instituto. Sua atuação no Instituto acontece há mais de quatro décadas, tendo ela ao longo de sua trajetória enfrentado desafios como professora, pesquisadora e orientadora – ou seja, todos os passos transpostos por ela a credenciam para o novo cargo”, afirmou ele. “É um grande momento para a história do IPT, que tem sido essencial para atender as demandas do setor público e do privado, assim como contribui para o desenvolvimento, melhoria e qualidade de vida de toda a sociedade”.
Fonte: Portos e Navios