Oficina de brinquedos busca incentivar estudantes de escola pública a conhecer a área de tecnologia
Com objetivo de estimular o conhecimento técnico e apresentar a engenharia para alunos de escola pública, estudantes da Poli realizaram a terceira edição da Oficina de Brinquedos. Vinte e quatro crianças, entre 11 e 12 anos, das escolas estaduais Prof. Emygdio de Barros e Samuel Klabin, tiveram a oportunidade de construir um guindaste hidráulico (um guindaste que se movimenta devido a um determinado sistema de água), conhecer a Universidade e entrar em contato com conceitos práticos e teóricos da mecânica e mecatrônica.
A atividade ocorreu no dia 9 de junho e foi organizada pelo programa Poli Cidadã em parceria com o Centro Acadêmico de Engenharia Mecânica e Mecatrônica (CAM) da USP.
“O intuito da oficina não é fazer o brinquedo, isso é apenas um mote. A proposta principal é conversar com eles e verificar se têm identificação com a área técnica e tecnológica”, esclarece o professor Antonio Luís Mariani, presidente da Comissão de Projetos com Responsabilidade Social e um dos responsáveis pelo Poli Cidadã.
O Poli Cidadã é um programa que surgiu em 2004, com o intuito de valorizar projetos que atendam às demandas sociais e incentivar alunos e docentes a se envolverem com eles. Hoje, possui uma série de atividades associadas e alguns parceiros. Além disso, o programa motiva alunos a realizar trabalhos e pesquisas que atendam a comunidades, entidades e organizações.
Dentre estes parceiros está o CAM, um dos responsáveis pelas oficinas. São os alunos do centro acadêmico que, em conjunto com o Poli Cidadã, entram em contato com escolas públicas, organizam a divulgação, conseguem monitores, material e financiamento.
No período da manhã, o grupo de monitores (alunos da Escola Politécnica) conversa com as crianças sobre o que é engenharia, como fazer um projeto, utilizar ferramentas etc. À tarde, os próprios alunos das escolas constroem os brinquedos; os monitores ajudam apenas a apertar parafusos e interpretar instruções.
“A oficina é realmente um projeto para eles aprenderem a montar”, diz Rafael Sobral Augusto, que está no 3° semestre de Engenharia Mecatrônica e é diretor social do CAM.
Todos os participantes da oficinas recebem um caderninho de projetos que, ao final, indica uma série de Escolas Técnicas e o Senai, com o intuito de direcioná-los a pensar já no ensino médio tecnológico e, posteriormente, na engenharia.
“Ver a cara das crianças quando conseguem construir o guindaste é algo muito bonito, elas percebem que são capazes de montar alguma coisa e vão para casa felizes com o brinquedo na caixinha”. Para Ana Emília Dib, estudante do 5° semestre de Engenharia Mecatrônica e vice-presidente do CAM, este é o principal motivo que faz com que ela participe da oficina como monitora.
Nesta edição, a diretora da Poli forneceu o recurso para comprar os materiais da oficina. Ao meio-dia, as crianças almoçaram com os monitores no Restaurante Universitário (Bandejão).
“É uma oportunidade importante dos alunos interagirem com crianças que têm outra realidade, outro contexto de educação, outro contexto social. Assim, percebemos a diversidade que existe na sociedade e no mundo”, ressalta o professor Mariani, que está à frente do programa desde 2004 e acompanhou todas as oficinas.
Segundo ele, a meta do Poli Cidadã é pensar em projetos para aqueles que são mais excluídos e pensar em soluções que possam ser alcançadas pelos que estão à margem da sociedade.
Rafael Sobral Augusto concorda, e acrescenta que “às vezes, fazer a faculdade perde um pouco da motivação no meio do caminho, fica chato. Mas esse tipo de projeto me anima e me deixa ainda mais feliz de fazer Poli.”
Além da Oficina de Brinquedos, os universitários também realizam, no segundo semestre, a Oficina de Carrinho Rolimã, que vai para sua oitava edição.
Fonte: Jornal da USP